Por: Vivian do Carmo
O Maranhão é o estado mais rural
do Brasil, segundo dados do IBGE (2010), tendo uma população do campo com uma
grande diversidade de atores (indígenas, quilombolas, quebradeiras, pescadores,
entre outros). Em contrapartida, é o menos desenvolvido economicamente, com
cinco municípios com menor IDH do país. A população rural, a alta
biodiversidade devido à transição de biomas (Amazônia, Cerrado, Caatinga,
manguezais, dunas e restinga) e abundância de águas subterrâneas que poderiam
ser o grande potencial do estado, são atualmente suas maiores fragilidades
diante da degradação ambiental e social promovido pelo modelo de desenvolvimento
adotado pelos governos em todas as esferas.
Rede Agroecológica do Maranhão |
Como fruto deste esforço de construção
coletiva, temos tido exitosas experiências. As mais recentes que podemos citar
são a construção de livro de experiências Agroecológica do Maranhão; os
Encontros de Lavradores que acontecem anualmente na região do Baixo Munim;
Realização de Feiras Agroecológicas em vários municípios, inclusive em São
Luís; os intercâmbios entre agricultores agroecológicos; criação de um coletivo
de Grupos de Pesquisa em conflitos socioambientais e agrários para Estudos dos
impactos do Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) MATOPIBA; lançamento da
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, realização de debates e
palestras com o poder público e sociedade civil organizada; proposição de
minuta de lei para a política estadual de agroecologia, entre outras.
Os Núcleos de Estudos em
Agroecologia (NEA’s) também surgiram para somar na construção das experiências
de Educação em Agroecologia. Os NEA’s já ocupavam espaços de resistência dentro
das universidades há um bom tempo, seja através de grupos agroecológicos de
estudantes (os GA’s), através de grupos de pesquisa liderados por professores
agroecologistas e da realização de eventos trazendo a Agroecologia como tema de
debate. A formalização desses espaços através da Chamada Pública n. 49/ 2012 e
81/2013 do CNPq promovida pela PNAPLO, que apoiou a implantação e manutenção de
Núcleos de Estudos em Agroecologia, incentivou o fortalecimento da construção
de uma nova forma de pensar e fazer ciência. No Maranhão tem-se dois NEA’s no
IFMA e um na Embrapa Cocais em ação e outros em processo de construção.
O NEA IFMA – Campus Monte Castelo tem como principal eixo da produção de conhecimento a soberania e a segurança alimentar. E assim tem sido desde 2013, através de metodologias participativas, oficinas e pesquisa-ação o NEA tem buscado produzir conhecimento a partir da realidade local. E faz a verdadeira ciência, aquela que trabalha em conjunto com as pessoas das comunidades estudadas. A partir dessas pesquisas participativas, os agricultores, que se tornam pesquisadores-experimentadores, passam a refletir sobre suas realidades e a buscar soluções para seus problemas. Gerando, por consequência, novas pesquisas no Núcleo.
O NEA IFMA – Campus Monte Castelo tem como principal eixo da produção de conhecimento a soberania e a segurança alimentar. E assim tem sido desde 2013, através de metodologias participativas, oficinas e pesquisa-ação o NEA tem buscado produzir conhecimento a partir da realidade local. E faz a verdadeira ciência, aquela que trabalha em conjunto com as pessoas das comunidades estudadas. A partir dessas pesquisas participativas, os agricultores, que se tornam pesquisadores-experimentadores, passam a refletir sobre suas realidades e a buscar soluções para seus problemas. Gerando, por consequência, novas pesquisas no Núcleo.
O Núcleo de Estudos em
Agroecologia e Produção Orgânica (NEAPO) IFMA – Campus Caxias também criado na Chamada Pública n. 81/2013 e com os
mesmos objetivos de criar espaços de pesquisa, discussão e difusão do
conhecimento agroecológico em nível local e regional, realizou em dezembro de
2014 o Seminário Maranhense de Agroecologia, com o tema Educação e Ciência em
Agroecologia para o Desenvolvimento Sustentável.
O NEA da Embrapa Cocais
denominado Rede de Inovação Agroecológica do Maranhão – REMA, é formado por uma
rede de cooperação entre pesquisadores e analistas da Embrapa, professores
universitários, técnicos dos serviços de ATER, instrutores e estudantes de
Casas Familiares Rurais (CFR´s), e de Escolas Famílias Agrícolas (EFA´s). Em julho do corrente ano, a REMA lançou uma
“Plataforma Digital de Conhecimento Agroecológico (Plataforma Agroecológica)”.
O objetivo da plataforma é a popularização do conhecimento e informação por
meio da cooperação de pesquisadores e analistas da Embrapa, e de professores universitários
e técnicos dos serviços de ATER.
Apesar de bons avanços na
construção agroecológica no estado ainda precisamos de maiores conquistas e
esforços. A conjuntura política atual que favorece o
agronegócio através de investimento governamentais no Plano de Desenvolvimento
Agropecuário MATOPIBA pode trazer consequências negativas para o nosso projeto
de desenvolvimento agropecuário agroecológico. Assim, estamos em alerta e
construção constante do campo e da cidade que acreditamos.
Para saber mais, acesse a página da RAMA no nosso Blog.
Revisão: equipe RENDA
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