terça-feira, 25 de outubro de 2016

CURSO PARA A PRODUÇÃO AGROECOLOGICA - NEVA



Técnicas e práticas para a produção agroecológica.

Por: Raul Marx



Entre os meses de agosto, setembro e outubro o curso“Técnicas e práticas para a produção agroecológica”. O curso foi promovido pelo Núcleo de Estudos e Vivências Agroecológicas (NEVA). A formação reuniu estudantes da Universidade Federal de Sergipe, Universidade Tiradentes e outros simpatizantes da agroecologia  no Espaço de Vivência Agroecológica, localizado dentro do Campus São Cristóvão da UFS.
O curso aconteceu em cinco módulos, totalizando 30 horas. A metodologia contou com a apresentação e a demonstração de técnicas utilizadas em sistemas de produção agroecológico, isso inclui: a apresentação ferramentas de gestão baseadas no programa 5S; a metodologia participativa baseada no Diagnóstico Rápido Participativo (DRP); técnicas de compostagem; produção de mudas além da construção e manutenção de canteiros com o objetivo de disseminar os conhecimentos e trocar experiências. 
Para Dona Fátima o curso foi um momento muito importante: “Vou sair daqui outra pessoa, outra Fátima. Sou uma dona de casa, mas tive a oportunidade de estar nesse evento e é muito importante que esses eventos aconteçam sempre, envolvendo estudantes, profissionais, professores e comunidade” ressaltou. Segundo ela, os moradores da comunidade Rosa Elze, onde fica localizada a universidade, ainda enxergam um muro que os separam da instituição, segundo ela a universidade precisa estar mais perto da comunidade: É isso que nós precisamos, que a universidade seja parceira desse grande São Cristóvão, que é carente das políticas públicas, de educação popular e de saberes.




O evento reuniu mais de vinte participantes, além dos membros do NEVA. A ideia é, ao longo dos próximos meses, realizar mais atividades trazendo comunidade e estudantes para dentro da universidade e ampliando os caminhos para a agroecologia. 

Fotos: NEVA
Revisão: Equipe Renda


Saiba mais, visite a página do NEVA! O link está do lado esquerdo do nosso Bolg.

NÚCLEOS E REDES PARA O FORTALECIMENTO DA AGROECOLOGIA NO MA


Por: Vivian do Carmo 


O Maranhão é o estado mais rural do Brasil, segundo dados do IBGE (2010), tendo uma população do campo com uma grande diversidade de atores (indígenas, quilombolas, quebradeiras, pescadores, entre outros). Em contrapartida, é o menos desenvolvido economicamente, com cinco municípios com menor IDH do país. A população rural, a alta biodiversidade devido à transição de biomas (Amazônia, Cerrado, Caatinga, manguezais, dunas e restinga) e abundância de águas subterrâneas que poderiam ser o grande potencial do estado, são atualmente suas maiores fragilidades diante da degradação ambiental e social promovido pelo modelo de desenvolvimento adotado pelos governos em todas as esferas.

Rede Agroecológica do Maranhão
Diante deste cenário, a Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA) foi criada, em 1998, para fortalecer entidades que vão à contramão deste processo. A Rede por meio de sua carta de princípios reúne organizações do Maranhão que trabalham pela promoção da Agroecologia, sendo uma frente de resistência às ameaças do Agronegócio, lutando pela garantia dos direitos dos agricultores, povos e populações tradicionais em todas as regiões do estado. A RAMA, que em outubro deste ano completa 18 anos, atualmente é composta por 20 organizações: Associação Agroecológica TIJUPÁ, Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão - ASSEMA, Animação Cristã no Meio Rural, Associação Cultural de Educação e Saúde e Agricultura – ACESA em Bacabal, Associação Vencer Juntos em Economia Solidária – Bacabal-MA - AVESOL, Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica – IFMA Campus Caxias, Núcleo de Estudos em Agroecologia IFMA Monte Castelo, CÁRITAS - MA, Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu, Cooperativa de Pesquisa e Assessoria Técnica Cooperativa de Serviços Técnicos, Comissão Pastoral de Terra - MA, Movimento dos Sem Terra - MA, Instituto Sociedade, População e Natureza - MA, IFMA Campus Barreirinha, NEAPO IFMA Campus Maracanã, Curso de Agronomia - Universidade Estadual do Maranhão, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil - MA, Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins, Fórum Carajas, Coosert.  

Como fruto deste esforço de construção coletiva, temos tido exitosas experiências. As mais recentes que podemos citar são a construção de livro de experiências Agroecológica do Maranhão; os Encontros de Lavradores que acontecem anualmente na região do Baixo Munim; Realização de Feiras Agroecológicas em vários municípios, inclusive em São Luís; os intercâmbios entre agricultores agroecológicos; criação de um coletivo de Grupos de Pesquisa em conflitos socioambientais e agrários para Estudos dos impactos do Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) MATOPIBA; lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, realização de debates e palestras com o poder público e sociedade civil organizada; proposição de minuta de lei para a política estadual de agroecologia, entre outras.

Os Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEA’s) também surgiram para somar na construção das experiências de Educação em Agroecologia. Os NEA’s já ocupavam espaços de resistência dentro das universidades há um bom tempo, seja através de grupos agroecológicos de estudantes (os GA’s), através de grupos de pesquisa liderados por professores agroecologistas e da realização de eventos trazendo a Agroecologia como tema de debate. A formalização desses espaços através da Chamada Pública n. 49/ 2012 e 81/2013 do CNPq promovida pela PNAPLO, que apoiou a implantação e manutenção de Núcleos de Estudos em Agroecologia, incentivou o fortalecimento da construção de uma nova forma de pensar e fazer ciência. No Maranhão tem-se dois NEA’s no IFMA e um na Embrapa Cocais em ação e outros em processo de construção.

 O NEA IFMA – Campus Monte Castelo tem como principal eixo da produção de conhecimento a soberania e a segurança alimentar. E assim tem sido desde 2013, através de metodologias participativas, oficinas e pesquisa-ação o NEA tem buscado produzir conhecimento a partir da realidade local.  E faz a verdadeira ciência, aquela que trabalha em conjunto com as pessoas das comunidades estudadas. A partir dessas pesquisas participativas, os agricultores, que se tornam pesquisadores-experimentadores, passam a refletir sobre suas realidades e a buscar soluções para seus problemas. Gerando, por consequência, novas pesquisas no Núcleo.

O Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica (NEAPO) IFMA – Campus Caxias também criado na Chamada Pública n. 81/2013 e com os mesmos objetivos de criar espaços de pesquisa, discussão e difusão do conhecimento agroecológico em nível local e regional, realizou em dezembro de 2014 o Seminário Maranhense de Agroecologia, com o tema Educação e Ciência em Agroecologia para o Desenvolvimento Sustentável.

O NEA da Embrapa Cocais denominado Rede de Inovação Agroecológica do Maranhão – REMA, é formado por uma rede de cooperação entre pesquisadores e analistas da Embrapa, professores universitários, técnicos dos serviços de ATER, instrutores e estudantes de Casas Familiares Rurais (CFR´s), e de Escolas Famílias Agrícolas (EFA´s).  Em julho do corrente ano, a REMA lançou uma “Plataforma Digital de Conhecimento Agroecológico (Plataforma Agroecológica)”. O objetivo da plataforma é a popularização do conhecimento e informação por meio da cooperação de pesquisadores e analistas da Embrapa, e de professores universitários e técnicos dos serviços de ATER.

Apesar de bons avanços na construção agroecológica no estado ainda precisamos de maiores conquistas e esforços. A conjuntura política atual que favorece o agronegócio através de investimento governamentais no Plano de Desenvolvimento Agropecuário MATOPIBA pode trazer consequências negativas para o nosso projeto de desenvolvimento agropecuário agroecológico. Assim, estamos em alerta e construção constante do campo e da cidade que acreditamos. 

Para saber mais, acesse a página da RAMA no nosso Blog.

Revisão: equipe RENDA

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

AGRICULTURA URBANA MARCA O PRÉ - OCUPE DE PASSARINHO



Por Emanuela Castro (Casa da Mulher do Nordeste) e Domênica Rodrigues (NEPPAG/RENDA-UFPE)

No último sábado (15), na comunidade de Passarinho, Zona Norte do Recife, ocorreu o Pré-Ocupe de Agricultura Urbana, ação ativista de preparação para o segundo ano do Ocupe Passarinho, que acontece em dezembro. Esta atividade que teve como objetivo refletir sobre os impactos das mudanças climáticas na agricultura urbana e na alimentação, foi realizada pela Casa da Mulher do Nordeste, Grupo Espaço Mulher,  ActionAid, o Núcleo de Pesquisas e Práticas em Agroecologia  (NEPPAG/UFPE) e Núcleo de Feminismo e Ruralidades (UFRPE).

Durante a manhã moradores(as) da comunidade receberam estudantes e técnicos em agroecologia para dialogar e trocar conhecimentos. Na ocasião foi realizada uma oficina de compostagem, uma roda de diálogo sobre agricultura urbana e distribuição de mudas doadas pelo assentamento Chico Mendes III.  Com visita guiada pela comunidade, as(os) participantes puderam conhecer a experiência de Dona Vilma, e sentiram de perto como a agricultura urbana modifica a vida das mulheres e o lugar onde vivem. “Antes tudo aqui era mato, hoje entendo que o mato é necessário para o meu quintal, e por isso não faço mais queimada. Planto onde tem espaço para plantar e com orientação. Com isso melhorei minha alimentação, e vocês podem ver como está lindo meu quintal”, falou. Dona Vilma é uma das 20 mulheres que participam do projeto Agricultura Urbana: Segurança Alimentar e Consumo Consciente, com o apoio do Fundo Socioambiental Casa e Fundo Socioambiental Caixa.

A ação terminou na casa de Josiane Silva que contou a história do Rio de Passarinho e sua relação com ele e seu quintal, e finalizou com o plantio da árvore nativa de mata atlântica chamada Moringa, na beira do rio. Para Ushi Silva, do NEPPAG/UFPE, o Pré-Ocupe foi um momento de Resistência. “Re-existência, solidariedade, amor, bem comum, rede, feminismo, semente, agricultura urbana, trocas, parceria e tantos outras palavras que por mais que sejam ditas expressam só um bocadinho dos nossos sentimentos. Para nós foi mais um dia de se juntar na praça de Passarinho, falar de alimentação saudável e que não queremos veneno nas nossas comidas”, completou.

Emanuela Castro
Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste
Telefone: (81) 3426.0212 | 98186.0484

sábado, 15 de outubro de 2016

PREPARAÇÃO PARA O ENCONASA




Por: Francia Lima

No dia 13 de outubro na comunidade Bento no município de Boqueirão a reunião preparatória para o IX ENCONASA em Princesa Isabel - PB que se realizará  no dia 18 e 19 de outubro com o tema “povos e território: Resistindo e transformando o semiárido”.
Contou com a presença de agricultores e agricultoras experimentadores do Casaco, NERA, INSA SEBRAE, RENDA e do professor e historiador Jonas Duarte com o resgate histórico da região, com o foco na colonização e os povos que habitavam que eram os índios Tabuias.


O encontro começou com a mística nela o historiador Jonas Duarte fez um relato sobre a região e tendo ouvindo a história os participantes dispuseram na construção do mapa do território do Casaco com cada um colocando a sua marcar (agricultores e agricultoras). Logo em seguida houve um debate sobre a conjuntura nacional, estadual e municipal política, econômica, social e ambiental e com isso foram divididos em 4 grupos com os objetivos de responder a seguinte questão:

 “Quais foram os avanços e os desafios que a organização do casaco enfrentou e está enfrentando até os dias atuais?"



Resultado dos Grupos:


  • Os avanços programas favoráveis para a convivência no semiárido; valorização das raças nativas; 
  • Colaboração das organizações parceiras com pesquisas e extensão das feiras agroecológicas; 
  • Construção de sua identidade (CASACO);
  • Criação do fundo rotativo solidário.
  • Os desafios o abandono dos usos de agrotóxicos e queimadas; 
  • Elevar a consciência da importância do coletivo; valorizar o semiárido como todo;
  • Organizar-se com viabilidade econômica e sustentabilidade, elevar o aumento na participação das mulheres e da juventude camponesas; 
  • Superar o machismo e a homofobia no semiárido;
  • Organizar os agricultores e agricultoras para promover um STR ativos, sendo protagonista da sua própria história dominar as tecnologias de produção que compreenda a capacidade de viver com poucas água.

Texto e fotos: Francia Lima
Revisão: Domênica Rodrigues 

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

CURSO DE PRÁTICAS E DESENVOLVIMENTO DO CAMPO - MECA - PB


Por: Lucas Sallas - MECA

No último sábado dia 08/10 o Grupo MECA em parceria com MECA/UFCG/ACAJAMAN, realizou mais um encontro com os e as jovens do Curso de Práticas e Desenvolvimento do Campo desenvolvido pela ACAJAMAN-PB (Associação Cultural e Agrícola dos Jovens Ambientalistas) em Alagoa Nova. Módulo I - Técnicas de conservação e manutenção da ” Saúde do Solo”. Parceria com MECA/UFCG/ACAJAMAN.
Ao longo do curso foram desenvolvidas desde técnicas de manejo sustentável do solo, conservação e recuperação, com práticas de recuperação de áreas degradadas, tais como uso de cobertura morta, sistemas agroflorestais e nucleação. Passando pelo tema dos compostos fermentados, desenvolvendo práticas de confecção de biofertilizante, compostagem e micro-organismos eficientes. Até debates teóricos de formação do solo seus diversos usos, perpassando pelas políticas públicas referentes a sua conservação.
Também houve problematização referente ao tema dos transgênicos (OGM) e agrotóxico, ressaltando o risco à vida e saúde tanto do solo como humana. Todo curso foi ministrado por educandos e educandas que compõem o grupo MECA/UFPB, que utilizaram dinâmicas e metodologias da pedagogia Freiriana, visando a autonomia dos sujeitos, com intenção de gerar agentes promotores/as, vetores desses tecnologias sociais que ao longo da interação educativa foram vivenciadas.
Através da metodologia da árvore dos sonhos,todos puderam de forma participativa avaliar e deixar sua mensagem sobre a experiência vivida durante o encontro finalizamos as atividades após observar todas as frases que estavam na árvore, e a mensagem construída foi: a juventude pode ser uma força promotora da mudança, cujo o rumo, segue em busca do resgate do Biopoder camponês e da prática de uma Agricultura regenerativa.

Revisão: Domênica Rodrigues - Equipe RENDA
Foto: Lucas Sallas

Saiba mais: http://mecaufpb.blogspot.com.br/
MECA - Movimento de educação do campo e agroiecologia
ACAJAMAN-PB - Associação Cultural e Agrícola dos Jovens Ambientalistas)

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

LANÇAMENTO DO DOCUMENTÁRIO FLORES DE XIMENES



Por: Domênica Rodrigues



     Nesse final de semana aconteceu na cidade de Barreiros-PE, promovido pelo IF o lançamento do documentário: “Flores de Ximenes”, que contou com a participação das protagonistas, estudantes, professores e técnicos do IF-Barreiros e a participação especial das Mulheres de Nova Jerusalém, assentamento localizado na cidade de Maragogi em Alagoas.

O evento aconteceu em dois momentos: O primeiro no assentamento de Ximenes para a exibição e debate sobre a preparação do documentário e a história de vida delas. Nessa tarde também foi exibido o vídeo/documentário construído pelos alunos do IF-Maragogi-AL, Mulheres de Nova Jerusalém.

Esse primeiro Cine debate foi considerado pelas mulheres como um marco para a história de vida delas para dona Sônia, esse documentário levará às pessoas a mudarem seus olhares sobre a vida da mulher no campo e principalmente, vai levar o assentamento XIMENES não só para Barreiros, mas o mundo, através da imagem delas: Através desse grupo nós vamos levar muito conhecimento para os outros...Porque muitos têm leitura e nós temos o conhecimento com a terra. D. Sônia

O segundo momento foi realizado no auditório do IF – Barreiros e contou com a presença dos estudantes do curso de Agroecologia, professores e da coordenação do NEADS. Na intenção o documentário foi apresentado mais uma vez e ao final o debate foi iniciado com as mulheres e os alunos que de forma ativa contribuíram animando a discussão.

Para o coordenador do NEADS – Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF - Barreiros, a composição desse documentário foi uma parte do que ainda esta por ser construído com a comunidade na ocasião o professor Rômulo Souza reforçou a importância do trabalho das Mulheres no contexto Rural e a pouca visibilidade que é dada para elas: Muitas vezes às pessoas conhecem, mas não pensam em valorizar as histórias de vida de vocês. Nós queremos fazer diferente,estamos em outros assentamentos e sabemos da importância desse momento para a o Instituto.
Para a professora Vivian Delfino, esse trabalho foi feito com a ajuda e sensibilidade de todas as mulheres, técnicos, estudantes, coordenadores e estagiários e estagiárias e por isso foi possível ter um resultado tão bonito em um tempo curto. Ela ainda acrescentou que sem o esforço de cada um e cada uma não conseguiríamos estar no auditório vendo as mulheres e se inspirando a partir da história de cada uma: A história das mulheres de Ximenes, não faz parte apenas da construção de um assentamento, mas,  da história de direito à terra e principalmente da participação das mulheres nessa conquista, estamos aqui num momento que é gratidão e emoção pura,para mim e para cada um e cada uma que participou dessa construção.

Fotos e texto: Equipe RENDA


Saiba mais:


http://blogdofinfa.com.br/2013/01/governo-do-estado-cria-assentamento-da.html

http://www.ifpe.edu.br/campus/barreiros/noticias/ifpe-lanca-documentario-sobre-feminismo-e-agroecologia-em-barreiros