segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

CONVOCATÓRIA PARA AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SUL DO PIAUÍ


"O gás liberado contribui para o aquecimento global e para as mudanças climáticas, que põe em risco a sobrevivência de todas as formas de vida, inclusive a humana."



Em todo Brasil a sociedade civil esta se organizando desde 2013 para não permitir a entrada do gás em nosso território. Essa não deve ser uma mobilização apenas dos estados que estão sendo vitimados com a possibilidade de ter seus biomas ameaçados, mas de todas as partes desse imenso país. Há cerca de uma semana cidades paranaenses proibiram a entrada do Fracking no estado do Paraná, nessa terça a população será a mais uma vez chamada a pensar estratégias de como garantir o dizer Não ao Fracking. Citamos mais uma vez, porque em 29 de novembro de 2013 o ministério público do Estado , impediu que o gás fosse explorado em terras piauienses, No entanto essa licença foi concedida pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado - SEMAR, tornando possível a exploração do gás,por lá.

O pobre rico Piauí está prestes a sofrer um dos maiores golpes da sua história caso a Mineradora Ouro Preto Óleo e Gás comece a explorar o Gás Metano. O Gás será extraído das profundezas das rochas do Aquífero Poti-Piauí, datadas de 540 milhões de ano. A licença ambiental concedida pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado-SEMAR, está prevista para ser emitida após a realização das Audiências Públicas obrigatórias que vão ocorrer nos próximos dias 14 e 16 em Baixa Grande do Ribeiro e Floriano, Sul do Piauí. 

No primeiro momento a mineradora vai dar continuidade às pesquisas sísmicas iniciadas em 2013 e vai perfurar, de cara, 46 poços, mas logo podem ampliar para centenas. Devido ao método que utilizam – Fracking, popularizado como Gás de Xisto – a contaminação das águas, do solo, do ar e dos alimentos são inevitáveis. Os gasodutos e poços serão instalados nos municípios de Amarante, Arraial, Cajazeiras, Floriano, Francisco Ayres, Nazaré do Piaui, Oeiras, Regeneração, São Francisco do Piauí, Canavieira, Landri Sales, Sebastião Leal, Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves.

O cobiçado gás está preso no Aquífero Poti-Piauí, para retirá-lo já foi provado que o risco de poluição é alto, ou seja, é certa a contaminação da região por metano! No caso, quem está no caminho do gás vai padecer vendo sua água envenenada. Por lá estão os rios Balsas, rio Uruçui Preto, rio Gurguéia, rio Canindé e rio Parnaíba emoldurados pelos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, que por sua vez abrigam uma diversidade de espécies da fauna e flora.

E o bicho homem? Pensaram que ele também está no meio do caminho? Na região eles são em milhares, a maioria pobre; provavelmente beberão água com metano até a morte. E para provar que as leis são de fachadas, nos trechos estão fincados 11 territórios Quilombolas e uma infinidade de Sítios Arqueológicos.

A Rede Ambiental do Piauí-REAPI, com apoio da COESUS- Colizão Não Fracking Brasil e da Campanha Climática da 350. org. está mobilizando o Ministério Público para enfrentar o problema abrindo uma discussão com a sociedade.

Segundo Juliano Bueno, Coordenador COESUS – Colizão Não Fracking Brasil e da Campanha Climática da 350. org. na extração do gás são usados mais de 720 produtos químicos, muitos deles radioativos e cancerígenos.

O que é Fracking?

O fracking – fraturamento hidráulico – é uma técnica destrutiva de extração do gás metano aprisionado em microbolhas no subsolo, num tipo de rocha chamada folhelho pirobetuminoso. 
Para sua extração, milhões de litros de água, misturados com areia e mais de 720 produtos químicos contaminantes, pelo menos uma dúzia deles cancerígenos e até radioativos, são injetados no subsolo sob alta pressão, fraturando a rocha.

A vida média de cada poço é de um ano e meio a três, restando após, na área, tão somente deserto radioativo irrecuperável. Os milhões de litros de água contaminados perdem-se, parte no subsolo, parte em piscinas a céu aberto, contaminando os lençóis freáticos e os aquíferos e o solo e deixando de atender a consumos nobres, como seriam o abastecimento humano, a dessedentação de animais, a pesca, a agricultura, a indústria e o lazer.

Somente parte do metano liberado pelo fraturamento hidráulico – fracking – é aproveitado, permanecendo o restante livre, tornando água e solo passíveis de incêndios, contaminando o ar e prejudicando a saúde humana e o meio ambiente.

Texto de: Tânia Martins
Fonte: Rádio Cajuí- https://www.facebook.com/radiocajui/ 

Saiba mais: 
http://naofrackingbrasil.com.br/ 
https://www.youtube.com/watch?v=a_um_AV0plw
http://www.frackingnaobrasil.com.br/2013/12/mpfpi-obtem-liminar-que-suspende.html 
http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2013/11/mpf-vai-justica-para-impedir-exploracao-gas-de-xisto-no-piaui.html
Edição: Domênica Rodrigues - Equipe RENDA
                                                                                                                           
     


 

        

Convocatória Para o X Congresso Brasileiro de Agroecologia



VI CONGRESSO LATINO AMERICANO DE AGROECOLOGIA
X CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA
V SEMINÁRIO DE AGROECOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO 

12 a 15 de setembro de 2017
Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Brasília, Brasil

Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver”





2ª CONVOCATÓRIA

I. Introdução 

Com o tema central dos VI Congresso Latino Americano de Agroecologia, X Congresso Brasileiro de Agroecologia e V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno, espera-se que os participantes possam olhar para o passado e refletir sobre a importância da memória biocultural latino-americana, sua riqueza e sua contribuição histórica e relevante para o desenvolvimento de sistemas agroalimentares sustentáveis e para a elaboração dos princípios da agroecologia. Que esta reflexão traga os elementos que contribuam para a compreensão do presente e para o desenho dos caminhos a trilhar para a construção do Bem Viver nos países na América Latina.

II. Por que realizar os Congressos Latino Americano de Agroecologia e Brasileiro de Agroecologia em Brasília?

Brasília está localizada no Centro Oeste, região brasileira de maior “encontro” de biomas brasileiros e seus ecótonos, sendo de fundamental importância para o sistema hidrológico da América do Sul. A região contém vasto patrimônio natural e cultural, é rica nos saberes e fazeres dos diversos povos e comunidades tradicionais que ali habitam. O Cerrado, que ocupa quase toda a região, é considerado um hotspot mundial de biodiversidade, isto é, um bioma com grande diversidade de espécies de plantas endêmicas e elevado grau de degradação dos seus habitats naturais. Este grau de degradação está relacionado principalmente ao modelo de agricultura que é praticado na região, que tem sua base tecnológica construída a partir da Revolução Verde e que hoje é reconhecido no Brasil com o nome de Agronegócio. Além da grande sociobiodiversidade, o Bioma Cerrado é o berço das águas brasileiras. Nesta região, nascem os principais rios que abastecem as principais bacias hidrográficas do Brasil. Devido à importância da região para o meio ambiente e a sociedade brasileira, desde 2014 a equipe da Articulação Brasília Agroecológica, composta entre outros por membros da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia), construiu a proposta para que a cidade de Brasília sediasse os importantes eventos ligados à Agroecologia em 2017. A proposta foi apresentada em outubro de 2015 durante os Congressos Brasileiro de Agroecologia e o IV Congresso LatinoAmericano de Agroecologia em La Plata, Argentina. Desde então, foi constituída uma comissão local com a participação de vários parceiros que está realizando várias atividades preparatórias para que os eventos possam ser construídos de forma mais coletiva possível.

III. Objetivos geral e específicos dos Congressos Latino Americano de Agroecologia e Brasileiro de Agroecologia e do Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno 

Geral:
Apontar e reafirmar a agroecologia como portadora dos princípios que tornam possível o desenvolvimento de sistemas agroalimentares sustentáveis, a partir da revitalização da memória biocultural e da valorização e da interação dos saberes ancestrais, populares e científicos, que apontem os caminhos para a construção do Bem Viver entre os povos e os países da América Latina.
Específicos
a) Reafirmar a Agroecologia enquanto ciência, movimento e prática.
b) Fortalecer e reafirmar a relação da Agroecologia com a promoção da saúde, da garantia de vida, da defesa dos bens comuns e da transformação social; relação que necessita do reconhecimento e promoção a partir dos sistemas agroalimentares diversos, da justiça social e da integração de sujeitos e atores do campo e da cidade.
c) Revitalizar, valorizar e compartilhar as memórias, saberes ancestrais, experiências e práticas agroecológicas na América Latina, contemplando todas as dimensões, inclusive a espiritual, simbólica e imaterial.
d) Promover a socialização dos conhecimentos científicos em Agroecologia e sua integração como os conhecimentos populares e tradicionais por meio de espaços de diálogo e intercâmbio de saberes, que promovam a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão e a ampliação da base científica do conhecimento agroecológico.
e) Valorizar, visibilizar e fortalecer as experiências de soberania e segurança alimentar e nutricional potencializadas a partir da Agroecologia na produção, no processamento, comercialização e no consumo de alimentos saudáveis no campo e na cidade.
f) Construir diretrizes para a elaboração e gerenciamento de políticas públicas e outras estratégias que reconheçam, visibilizem e empoderem as mulheres, os jovens, os povos e as comunidades tradicionais e campesinas, para estimular a transformação dos sistemas agroalimentares na América Latina.
g) Reconhecer, valorizar e fortalecer a contribuição das experiências das mulheres e da luta feminista para a construção da Agroecologia.
h) Denunciar as violências que acometem os povos e comunidades tradicionais, camponesas, da agricultura familiar; ademais de elaborar e compartilhar estratégias de resistência para promover a resiliência dos movimentos sociais e organizações relacionados a os povos e comunidades na luta pela terra e por sistemas agroalimentares de base agroecológica.
i) Contribuir para o fortalecimento da organização da juventude na luta por condições para sua permanência no campo e a fortalecimento da Agroecologia.
k) Criar ambientes de troca de conhecimentos e experiências para fortalecer redes e núcleos de Agroecologia, construindo agendas de atuação coletiva.

V. Temas geradores

Os temas geradores utilizados como base para subsidiar o debate e a reflexão durante os eventos de Agroecologia e para a organização da submissão dos trabalhos são:
1. Políticas Públicas e Conjuntura
2. Mulheres e Agroecologia
3. Juventudes e Agroecologia
4. Educação em Agroecologia
5. Construção do Conhecimento Agroecológico
6. Campesinato e Soberania Alimentar
7. Conservação e Manejo da Sociobiodiversidade e Direitos dos Agricultores e Povos e Comunidades Tradicionais
8. Agroecologia e Resiliência Sócioecologica às Mudanças Climáticas e outros estresses
9. Manejo de Agroecossistemas e Agricultura Orgânica
10. Agrotóxicos e Organismos Geneticamente Modificados
11. Agroecologia e Agriculturas Urbana e Periurbana
12. Estratégias Econômicas em Diálogo com a Agroecologia
13. Memórias e História da Agroecologia

VI. Atividades

Várias atividades estão sendo realizadas como preparativas ou para ocorrer durante o congresso, como seguem:
a. Atividades preparatórias:
– Agitação e propaganda em conexão com a cidade de Brasília
– Conexão com outros eventos relacionados ao Cerrado que acontecerão concomitantemente, como o movimento ambiental
– Rotas/ teias para integrar o evento à capital mediante de um corredor agroecológico que conecte os locais do evento e o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, onde será a hospedagem dos agricultores e da Rede dos Grupos de Agroecologia (REGA)
– Oficinas autogestionadas para preparação de material a serem utilizados durante o congresso

b. Atividade pré-congressos 

– Curso Internacional de Agroecologia (10 – 11 de setembro 2017), organizado pela SOCLA

c. Atividades durante os congressos: 

– Conferencias magistrais
– Apresentação oral de trabalhos nas temáticas dos congressos
– Mesas redondas nas temáticas dos congressos
– Apresentação de pôsteres científicos
– IX Encontro Nacional dos Grupos de Agroecologia (ENGA), organizado pela Rede dos Grupos de Agroecologia (REGA)
– Feira Agroecológica e da Sociobiodiversidade

d. Outros espaços de interação:

– Ciranda: Espaço para as crianças com temas ligados ao congresso
– Instalações artísticas pedagógicas para apresentação das caravanas
– Espaços para interação continua, denúncia, resistência e proposições
– Rádio permanente com entrevistas e cobertura do congresso
– Grupo da sincronia para informar e convidar para os momentos do congresso
– Registro do evento em formatos diversos
– Caravanas em direção aos eventos
– Transversalidade de atividades culturais em toda a programação





Inscrições, outras informações e atualizações consulte a página do evento: www.agroecolatina2017.com