quarta-feira, 10 de agosto de 2016

CURSO DE COMUNICAÇÃO E AGROECOLOGIA


Por: Domênica Rodrigues

Essa é a pergunta que norteia todos os momentos de discussão do Curso de Comunicação e Agroecologia, promovido pela RENDA em Parceria com o Terral[1].

Foto:Domênica Rodrigues

No dia 05, o curso começou com uma atividade mística de chegada onde todos e todas foram convidados, a olhar para si e para o outro na intenção de se perceber parte necessária do espaço de construção de conhecimento que propunha a Rede Nordeste de Núcleos agroecologicos.  Após a mística, cada NEAs foi convidado a construir o nosso mapa da comunicação. Cada Núcleo trouxe para ser apresentado suas experiências praticas ligadas a comunicação e suas expectativas em relação ao Curso de Comunicação Popular e Agroecologia, a cada relato de experiência pudemos perceber que muito já se faz no que diz respeito a Comunicação contra hegemônica.Em todo o momento foi externada a necessidade de um comunicador social que tenha a função direta de comunicador, no entanto, afirmou-se que nas instituições essa célula é a mais frágil.  Conforme citam alguns representantes de núcleos, o papel da comunicação é ressignificar as estratégias de comunicação dominadas por eles para que essas possam servir de base informativa com uma linguagem do campo para o campo:

“Em Mossoró a comunicação ainda esta caminhando, não temos ainda um comunicador.” UERN

“Contratar um comunicador (a) popular é um avanço para as organizações”. Fund. Chapada

“Procuramos fazer uma comunicação diferente e de fácil acesso.” UFC – CE.

“A comunicação que a gente pretende construir é para dar visibilidade à luta dos povos do campo.” Amargosa - BA.

Encerramos o dia com a apresentação da programação e a construção dos acordos para o dia seguinte

 Que Agroecologia queremos fazer?

Esse foi o mote do segundo dia do Curso de Comunicação e Agroecologia, promovido pela RENDA em Parceria com o Terral.

Foto: Domênica Rodrigues

Nesse dia 06 durante todo o período da manhã, assim que se encerrou a mística de acolhida, foi exibido o documentário “O semiárido contado por sua gente”, foi realizada uma roda de conversa sobre Comunicação e Agroecologia, o Centro Sabiá e a Campanha permanente contra agrotóxicos e pela vida, após introdução sobre a comunicação como direito feita por Catarina de Angola do Coletivo Terral,cada convidado apresentou as experiências exitosas no campo da comunicação em relação a cada organização, campanha e ou movimento, sempre alinhando suas palavras a necessidade de garantir a valorização do saber popular e da construção das estratégias de comunicação a partir do campo, para Lau a comunicação deve ser usada como sinônimo de luta, resistência e acima de tudo como a serviço da sociedade. Ela, ainda afirma que mesmo tendo avançado muito os processos de construção democrática da comunicação nos projetos do centro sabiá ainda é preciso sensibilizar mais pessoas para pensar a comunicação: Precisamos ter o discernimento para ter a capacidade de mobilizar mais pessoas do campo para pensar a comunicação. Lau.

Foto: Domênica Rodrigues

A Campanha permanente contra agrotóxicos e pela vida, apresentou papel na garanta o grupo presente um pouco do que era a campanha e como a comunicação e as mídias livres tem importante papel na garantia da acessibilidade á informação, aliado a isso ainda afirma que a responsabilidade pela escolha e pela forma como se comunica alguns conteúdos podem dar destaque ou apagar a matéria a ser divulgada e completou afirmando que a comunicação popular é zeladora da memória da comunidade. Alan defende o direito a construção do conhecimento e da comunicação local e defende a valorização do saber camponês construído e divulgado pelo próprio camponês.

Falando um pouco do papel da rede qual o objetivo de curso de Comunicação Popular a equipe RENDA, esclareceu a importância do curso para a manutenção da REDE e de como ela precisa da participação de todos e todas para se manter em movimento para ela: “Esse curso é importante para garantir que essa rede tome corpo , por que acreditamos nos processos mais que nos projetos e o processo seria o da comunicação, e esse é um processo que vai nos ajudar a entender como a comunicação perpassa pelos núcleos e como isso também fortalece a agroecologia e como essa agroecologia esta por dentro da universidade.” Uschi

No período da tarde foram realizadas quatro (04) oficinas temáticas: Radio Vídeo e fotografia, Facilitação Gráfica e Texto para WEB, todas facilitadas por Terral e Raissa aluna da UFRJ que veio compartilhar de seu conhecimento. Todas as oficinas decorreram até o momento do jantar.

A noite a programação cultural foi construída por todos os participantes, tornando esse um momento de integração e mais uma vez de construção coletiva entre cada NEA ali representado.

SOMOS TODOS COMUNICADORES!

Com a conclusão de que todas e todos são comunicadores que chegamos ao final do curso de comunicação, que tratou principalmente do tema como um direito humano.

Na manhã do domingo os grupos trouxeram as produções de cada oficina temática.

Respondendo ao mote:

Como as oficinas vão lhe aproximar do processo de comunicação In loco?

Produção de texto para Web, com Mariana Reis: “Para o NEA essa oficina é importante porque me aproximou do processo de construção de um texto, porque assim a gente pode falar da importância do que estamos fazendo agora de importante para a REDE e para os núcleos”.

Rádio, com Daniel Lamir: “No geral o rádio é uma grande ferramenta, ontem teorizamos os assuntos sobre rádio e aprendemos a fazer um programa de rádio com o celular.”

Facilitação gráfica, Raissa Theberge: “Descobrimos que facilitação e registro é a mesma coisa, aprendemos a trabalhar ás metáforas visuais”

Foto: Domênica Rodrigues

Foto e vídeo, Débora Brito e Méle Dornelas: “Essa oficina mostrou que fazer vídeos e fotos, não é difícil e que para a Rede fortalece o processo de trabalhar o coletivo e para a RENDA uma forma de valorizar os grupos e também cuidar do que estamos fazendo.”

Após apresentação dos grupos foi realizada a avaliação e cada um com a bagagem mais cheia seguiu seu caminho comunicando e tecendo ainda mais os pontos dessa rede.

   

 

Confira as fotos na nossa página: https://www.facebook.com/Rede-Nordeste-de-N%C3%BAcleos-de-Agroecologia-RENDA-200377226984235/photos/?tab=album&album_id=286427775045846

Visite nosso blog: http://renda-ne.blogspot.com.br/






[1] Terral significa vento ao contrário. O coletivo surgiu a partir da necessidade de se fazer uma comunicação contra-hegemônica. Catarina de Angola
² NEAS - Núcleos de Estudos Agroecologicos / RENDA – Rede Nordeste de Núcleos Agroecologicos

Nenhum comentário:

Postar um comentário