quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

OCUPAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA



Por: Rita Garcia e Domênica Rodrigues
              O ato de sistematizar segue para além de um simples registro de atividade. Sistematizar é tornar possível revisitar espaços da memória afetiva de outras culturas e de experiências por nós vivenciadas. Para isso não existem receitas, nem metodologia pronta é observar e ir escrevendo, desenhando, cantando, filmando, clicando, escrevendo. De forma que cada signo colocado dentro do instrumento a ser sistematizado sirva de fonte inspiradora para outros grupos e redes. 

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“A sistematização é um instrumento que permite olhar analítica e criticamente para o vivido e experimentado. Ao examinar de perto os resultados e os impactos alcançados pela experiência, torna- se um exercício constante de monitoramento e avaliação das atividades, necessárias para o contínuo aprimoramento da ação”. 2012/09/ASPTA


A decisão pela ocupação foi tomada pela grande maioria dos estudantes, mas por motivos diversos, entre eles familiares, somente um grupo de mais ou menos trinta (30) ocuparam o espaço da cantina e construíram várias ações, participaram de manifestações e aulas públicas com o apoio do SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica). A partir das falas nas rodas de prosa sobre as dificuldades do convívio coletivo, do convívio entre estudantes secundaristas e da graduação, a participação nas manifestações e principalmente pela indicação das temáticas solicitadas para aulas gratuitas ministradas por voluntários percebeu-se que a experiência vivida poderá contribuir como um recado ou entendimento dos anseios e necessidades da juventude. A primeira ação para compreensão das dificuldades e decisão em realizar uma atividade e nesse caso a sistematização desse momento de aprendizado, por exemplo.
Após assistir e discutir sobre os aspectos mais relevantes do filme “Narradores de Javé”, os estudantes falaram a respeito da importância em contar suas histórias por acreditar que somente quem vivencia uma experiência tem conteúdos para discutir, narrar e despertar o sentimento de pertencimento desenvolvido pelo grupo durante a ocupação, dado que se aplica ao modelo parcial que a mídia tem em seus noticiários.  Nesse mesmo dia decidiu-se por estabelecer uma agenda para iniciar uma leitura colaborativa e conversação a respeito.
Conforme cita Holliday, sobre a necessidade de observar o processo de sistematização como uma possibilidade de caracterizar e compreender como se deu certa ação, experiência educativa e ou organização popular: Cada experiência de educação, animação e organização popular é única e irrepetível; mas isso não significa que podem ser entendidas e mantidas isoladas, cada uma dentro de sua “própria verdade”. Qualquer prática social transformadora tem intenções, apostas, desenvolvimentos e resultados que definitivamente servem de inspiração, iluminação ou advertência a outras práticas semelhantes. Holliday, Oscar Jara,2006.p.31   
Assim sendo, do ponto de vista pedagógico, as reuniões, o rememorar dos acontecimentos, as reflexões, a busca do consenso poderão contribuir no amadurecimento de estratégias de ação para futuros enfrentamentos nos movimentos estudantil e político dos quais os estudantes participam e no fortalecimento das atividades coletivas no campus Santa Inês - BA.
 


Links para pesquisa: 


Texto: Profa. Rita Garcia - IF CAMPUS - Santa Inês - BA e integrante da RENDA
Edição: Domênica Rodrigues - Equipe RENDA
Revisão: Valcilene Rodrigues - Equipe RENDA

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